Movimentos involuntários que motivam contrações musculares alteradas que modificam a postura, causam dor e dificultam a mobilidade. Essa é a descrição breve da distonia, um dos transtornos do movimento mais comuns. A distonia como doença pode apresentar diferentes origens, sendo ou de origem genética ou como consequência de outras doenças ou até uso continuado de medicações. Movimentos distônicos também fazem parte dos sintomas da doença de Parkinson e atingem cerca de 40% destes pacientes. Em parkinsonianos, este sintoma está, frequentemente, associado a doença mais avançada e ao uso prolongando da Levodopa. A seguir, saiba mais sobre esse conjunto de doenças chamadas de distonia e como podem ser tratadas e controladas com terapias, medicamentos e até cirurgia, uma vez que ainda não existe cura.
1) O que é distonia?
A distonia é um distúrbio do movimento em que o músculo – ou um grupo muscular – se contrai de forma involuntária, repetitiva, intermitente ou provocada e pode perdurar por períodos bastante prolongados. Estas contrações repetidas podem ser bastante doloridas, levam a movimentos e posturas anormais dificultando a mobilidade voluntária. Como foi descrito por uma pessoa com distonia: “como se a pessoa tivesse que lutar contra seus próprios múscu
O ano era 1961 e o pianista João Carlos Martins, aos 20 anos, já tinha feito sua estréia internacional -muito bem sucedida, aliás. Mas havia algo que o incomodava: ele não conseguia controlar muito bem a mão direita. Confidenciou a questão a um amigo, que sugeriu que João procurasse outro pianista, o americano Leon Fleisher, que estava no auge da forma, aos 32 anos. João, famoso por sua interpretação da obra de Bach, tomou aulas particulares com Fleisher, que o ajudou a driblar o problema. A fórmula consistia em exercícios fortes e lentos e relaxamento do antebraço a cada nota tocada. Funcionou bem, por um tempo. Três anos depois, quase uma ironia: Fleisher estava com um problema semelhante. Estava com o anelar e o mindinho da mão direita encurvados. Quando João tinha 30 anos e, Fleisher, 42, houve um reencontro. Foi a vez de o brasileiro ensinar seus truques para o americano. Mas a doença, a distonia focal tarefa-específica, sempre volta, e, no fim, vence. “É possível enganar o cérebro, mas não dura para sempre”, diz João, hoje com 80 anos. Fleisher, morto em 2020, aos 92, dá