O ano era 1961 e o pianista João Carlos Martins, aos 20 anos, já tinha feito sua estréia internacional -muito bem sucedida, aliás. Mas havia algo que o incomodava: ele não conseguia controlar muito bem a mão direita. Confidenciou a questão a um amigo, que sugeriu que João procurasse outro pianista, o americano Leon Fleisher, que estava no auge da forma, aos 32 anos. João, famoso por sua interpretação da obra de Bach, tomou aulas particulares com Fleisher, que o ajudou a driblar o problema. A fórmula consistia em exercícios fortes e lentos e relaxamento do antebraço a cada nota tocada. Funcionou bem, por um tempo. Três anos depois, quase uma ironia: Fleisher estava com um problema semelhante. Estava com o anelar e o mindinho da mão direita encurvados. Quando João tinha 30 anos e, Fleisher, 42, houve um reencontro. Foi a vez de o brasileiro ensinar seus truques para o americano. Mas a doença, a distonia focal tarefa-específica, sempre volta, e, no fim, vence. “É possível enganar o cérebro, mas não dura para sempre”, diz João, hoje com 80 anos. Fleisher, morto em 2020, aos 92, dá
O lançamento virtual do livro “Câimbra do escrivão, uma deficiência incomum”.
“Este livro é composto de artigos sobre distonia focal da mão ou membro superior e escrito a partir da perspectiva de dois pacientes, Maristela Zamoner, bióloga, que mora no sul do país e Divanicio Pessoa, psicólogo, que mora no nordeste brasileiro. Ambos vivem com câimbra do escrivão e se conheceram há cerca de 10 anos em uma comunidade virtual para pacientes de distonia focal.
O propósito do livro é colaborar com o movimento de consciência da distonia, promovendo a saúde através de conhecimentos e experiências em relação a esta doença-deficiência, assim como sensibilizar os pacientes para se tornarem atores de seu tratamento, terem conhecimento de todo o processo de adoecimento e trabalharem junto com os profissionais neurologistas para um resultado positivo nos tratamentos. Enfim, o objetivo do livro é contribuir com uma discussão sobre este distúrbio neurológico do movimento, adentrar no universo de quem convive com a “câimbra do escrivão” e estimular todos os pacientes a viverem bem com a
Posted in Blog, Câimbra do Escrivão, Noticia, Sem categoria by Administradora - Nilde Soares | Tags: caimbra do escrivão, Divanicio Pessoa, Maristela Zamoner
Cãibra do escrivão
Quando a distonia da mão focal afeta a escrita, isso é chamado de cãibra do escrivão. Escrever pode se tornar uma atividade difícil e dolorosa e com aspecto menos legível. Existem dois tipos: simples e distônico. Cãibra do escrivão simples é geralmente causada pelo uso excessivo da mão, má escrita ou má postura. A tensão muscular resultante pode fazer com que o escritor pressione o papel com muita força e pode causar espasmos e dor. Em uma minoria dos casos, as dificuldades na escrita são causadas pela cãibra do escrivão distônico, que pode ocorrer em conjunto com uma distonia mais generalizada que pode afetar outras partes do corpo também. Neste caso, os movimentos involuntários e cãibras musculares também podem ser aparentes ao realizar outras tarefas não escritas, como usar garfo e faca ou aplicar maquiagem e etc.