Quando eu era pequena, não entendia o choro preso das pessoas ao assistir a um filme, ouvir uma música ou ler um livro. O que eu não sabia é que estas pessoas não choravam pelas coisas visíveis. Elas choravam pela eternidade que vivia dentro delas e que eu, na minha meninice, era incapaz de compreender. O tempo passou e hoje me emociono diante das mesmas coisas, tocada por pequenos milagres do cotidiano. É que a memória é contrária ao tempo. Enquanto o tempo leva a vida embora como vento, a memória traz de volta o que realmente importa, eternizando momentos. Diante do tempo, muita gente parte. Porém, para a memória, ainda somos jovens, atletas, amantes insaciáveis. Nossos amigos estão perto, nossos pais ainda vivem. Quanto mais vivemos, mais eternidades criamos dentro da gente. Quando nos damos conta, nossos baús secretos – porque a memória é dada a segredos – estão recheados daquilo que amamos ou odiamos, do que deixou saudade, do que doeu além da conta, do que permaneceu além do tempo. A capacidade de se emocionar vem daí, quando nossos compartimentos são escancarados de alguma maneira. Um dia você liga o rádio do carro e toca uma música qualquer, ninguém nota, mas aquela música já fez parte de você – foi o fundo musical de um amor, ou a trilha sonora de uma fossa – e mesmo que tenham se passado anos, sua memória afetiva não obedece a
Eu sou assim mesmo, um poço de segredos. Uma carta gigantesca e tediosa que poucos querem ler. Tão complicada quando se diz há respeito do que sinto e ao meu jeitinho de ser. Às vezes feliz. Às vezes triste. Sou uma caixa fechada cheia de mistérios e surpresas. Sempre vou surpreender-me com alguma atitude inesperada. Sempre vou ser essa caixa difícil de abrir. Eu sou assim, difícil. Assim as pessoas não chegam muito perto, assim não me machuco tanto. Às vezes quando a dor emocional permite penduro minha alma no varal e deixo as coisas ruins evaporem, mais tem dias que eu simplesmente não consigo estender o braço o cansaço é tanto! Eu sou assim mesmo, sinto, eu sei, percebi que as pessoas gostam de desafios, gostam de querer ter o que não tem, entender o que não tem explicação e dão mais valor ao que foi difícil conquistar. Gosto de inovar, o igual é cansativo demais. Não uso roupas de marca e nem a que está na moda. Uso apenas roupas e combinações que me agradam. Meu guarda-roupa contém mais calças jeans do que vestidos. Sei ser fria com quem merece. Sei ser legal com quem me respeita. Sei ser má com quem quer dar uma de espertinho pra cima de mim. Quando é para falar, eu falo mesmo e algumas vezes falo até o que não devia. Mas quando é para falar sobre o que sinto, sou um túmulo. Deixo tudo guardadinho bem no fundo para que ninguém veja, e s
Eu cuido da minha saúde pois estou parando de me auto sabotar…acho que ajuda também eu nunca ter gostado de me vitimizar. Eu não me auto saboto quando consigo me “controlar” quando opto pelo diálogo (não é sempre que consigo, devo confessar que é bem difícil), quando consigo evitar una discussão no calor da raiva! Eu não me auto saboto quando respeito e aceito a pessoa como ela é, mesmo com seus defeitos! Eu não me auto saboto quando me percebo também responsável pela minha saúde, pois estou aprendendo a ceder e não me amargurar, estou me adaptando… Antes eu simplesmente me afastava, e esperava que as pessoas adivinhasse minhas angústias! Eu não me auto saboto quando admito que não tenho total segurança sobre meus atos, quando admito que preciso de terceiros! Culpa, medo, insegurança, covardia, raiva, desejo de vingança, acomodação… muitos eram os sentimentos que me levavam a continuar fracassando, a continuar fazendo as coisas da mesma maneira, a não querer deixar ir estes sentimentos dentro de mim, essa parte, em geral dizem que é INCONSCIENTE e REPRIMIDA, mas ela existe… e era o que me impedia de progredir, impedia que eu obtivesse êxito profissional, emocional, que eu me sentisse merecedora de ser FELIZ… Estou conseguindo manter o que conquisto, manter minha própria felicidade, manter amizades, hoje consigo dizer que AMO a