Uma das coisas que estou aprendendo com a distonia é me resignar. Enfrentá-la é contraproducente e dribla-la é mais inteligente.
Não há lógica na distonia e tentar decifrá-la pode ser enlouquecedor.
O que eu quero dizer com isso? Já houve semanas em que apenas dois dias foram produtivos, e dias em que algumas horas foram produtivas. O que eu faço? Aproveito estes dias, estas horas. Noutros dias já cheguei a acreditar que estava curada.
Nossos grandes inimigos são: horários marcados, expectativas, planos inadiáveis ou frustados; o tal do ” eu quero ou preciso fazer tal coisa em tal momento“; a angústia de querer “ser como antes”; fazer “tudo o que fazia e atender a todas as solicitações das pessoas”. Esta pra mim, é a mais difícil, o lance de “ter” que estar sempre disponível para as pessoas é bem desgastante.
Cada coisa a seu tempo, no meu tempo, no tempo da distonia.
Hoje, acordei naqueles dias em que a Distonia resolveu me dar trégua. Sai pra tomar café (adoro aqueles buffets de café da manhã das padarias nos fins de semana), já levei meu filho (o Bob) pra passear (assim aproveito e me exercito um pouco). Já o alimentei e já fiz o almoço do domingo de Páscoa.
Faço isso curtindo cada momento.
Vou fazendo aos poucos, com calma, pronta para parar, quando percebo que meu corpo começa a tencionar… Ele pede (na verdade manda) e eu paro. Sento e tento relaxar, depois volto… Sempre tentando manter a calma e lembrar de respirar, respira, respirar…
E agora, vou curtir uma maratona de filmes. Assisto filmes dublados, mas com legendas; assim exercito minha concentração, respiração e foco (coisas bem difíceis pra mim ultimamente, pois ando muito dispersa e esquecida, o que me irrita profundamente. Mas, também estou muito feliz, pois estou conseguindo ler novamente, há um ano e meio eu não conseguia), tento assistir filmes sempre assim, uma forma de exercitar o cérebro, (quando estou em crise, não consigo me concentrar ou ficar quieta, pelos motivos óbvios né!).
Enfim, pensei em dividir com vocês os meus “truques” nesta convivência de somente dois anos e três meses com esta companheira indesejada.
Ela tenta me parar e eu tento dribla-la, sempre!
Ótima semana a todos.
Texto original: Koka Kleber