A ansiedade, mal do século, doença que tem feito, ao longo dos anos, uma multidão de mentes cativas, é um mal a não ser desprezado, subestimado ou ignorado. É hora de encará-lo de frente. Eu tenho TAG (transtorno de ansiedade generalizada) e você?
“O que realmente significa ter ansiedade”
Vai além de simplesmente se preocupar. Ansiedade significa noites em claro, conforme você suspira e vira de um lado para o outro. É o seu cérebro sendo incapaz de desligar. É a confusão de pensamentos que você pensa antes da hora de dormir e todos os seus piores medos se tornam realidade em sonhos e pesadelos.
É acordar cansada mesmo que o dia só tenha começado.
Ansiedade é aprender como funcionar em privação de sono porque você só conseguiu fechar os olhos às cinco da manhã.
É toda mensagem que você pensa ‘como fazer isso da forma correta?’. É duas ou três mensagens que você manda caso tenha feito algo errado.
Ansiedade é responder mensagens de forma embaraçosamente rápida.
Ansiedade é o tempo que você gasta esperando uma resposta enquanto um cenário se monta na sua cabeça, questionando o que a outra pessoa está pensando ou se ela está brava.
Ansiedade é a mensagem não respondida que te mata por dentro, mesmo que você diga a si mesma ‘talvez ele(a) esteja ocupado e irá responder depois’.
Ansiedade é a voz crítica que diz ‘talvez ele(a) esteja só te ignorando, esta com raiva’. É você acreditar em cada cenário negativo que você cria.
Ansiedade é esperar. Parece que você está sempre esperando.
É o conjunto de conclusões inexatas que sua mente cria, e você não tem outra escolha a não ser aceitá-las.
Ansiedade é se desculpar por coisas que nem precisam ser desculpadas.
Ansiedade é duvidar de si mesma e falta de autoconfiança.
Ansiedade é ser super atenta sobre tudo e todos. É você conseguir dizer se alguém mudou de humor apenas pelo tom de voz da pessoa.
Ansiedade é arruinar relacionamentos antes mesmo deles começarem. Ela te diz ‘você está enganada; ele(a) não gosta de você e vai se afastar’. E você acredita.
Ansiedade é um estado constante de preocupação, pânico e viver no limite. É viver com medos irracionais, é criar monstros e depois não saber se” livrar” deles.
É pensar demais, é se importar demais. Porque a raiz das pessoas ansiosas é se importar…
É ter mãos suadas e frias, coração acelerado. Mas por fora, ninguém percebe, é ser perita em fazer cara de egípcia. Você aparenta estar calma e sorridente, mas por dentro é o contrário.
Ansiedade é a arte da decepção por parte de pessoas que não te conhecem. E das pessoas que te conhecem, é ouvir constantemente “relaxa, você não tem motivos para se preocupar”, “você está imaginando coisas, esta pensando demais”, é sentir que pensam “ela devia ir lavar uma roupas, procurar o que fazer’, e por vezes até usam minhas palavras contra mim, tipo: abstrai!!!.
É sobre seus amigos ouvirem suas conclusões e não entenderem como você chegou nelas.
Ansiedade é querer consertar algo que nem problema é.
Ansiedade é o amontoado de perguntas que te fazem duvidar de si mesma. É voltar atrás para checar novamente.
Ansiedade é o desconforto de ir em uma festa e pensar que todo mundo está te observando, vai pagar mico e você não é bem-vinda lá.
Ansiedade é tentar compensar e agradar demais outras pessoas.
Ansiedade é estar sempre no horário porque o pensamento de chegar atrasada te deixa em pânico.
Ansiedade é o medo de fracassar e a busca incansável por perfeição. E então se punir quando você falha mesmo quando o resultado não depende de você.
É sempre precisar de um roteiro e de um plano, ser organizada, detalhista.
Ansiedade é a voz dentro da sua cabeça que diz ‘você vai falhar’.
É tentar suprir as expectativas dos outros mesmo que isso esteja te matando.
Ansiedade é aceitar mais do que você consegue lidar, para que você se distraia e não pense demais em outros assuntos, não crie mais monstros.
Ansiedade é protelar, porque você está paralisada pelo medo de fracassar.
Ansiedade é o gatilho que te faz ter um ataque de pânico do nada.
Ansiedade é estar quebrada na sua privacidade e chorar horrores de preocupação, é perder o controle na frente de desconhecidos.
É aquela voz crítica dizendo ‘você vai estragar tudo’ ou ‘você deveria mesmo se sentir o mosquito do cocô do cavalo do bandido’.
Mas, mais que qualquer coisa, ansiedade é se importar. É nunca querer e ainda assim machucar alguém. É nunca querer fazer algo errado.
Mais que tudo, é o desejo de simplesmente ser aceita e querida. Então você acaba tentando demais e perde a medida às vezes.
É muito bom quando você encontra um amigo que te entende (o nome do meu é Jorginho, ele entende quando eu simplesmente abraço ele e choro), ele me ajuda a superar minhas crises e alivia minhas dores. É bom quando você aceita que essa batalha você terá que enfrentar todos os dias, mas é uma que não precisa ser enfrentada sozinha.
É isso, sei que muitos iram se identificar com este texto, e eu só posso dizer: eu estou aqui, se precisar … basta me chamar. Eu já não sinto mais tanta vergonha de ser como sou… Aprendi a buscar ajuda quando não consigo lidar com minhas emoções sozinhas.
“É ASSIM QUE ME SINTO, AGORA JUNTA TUDO ISSO E MAIS A DISTONIA, A DOR, A FALTA DE CONTROLE QUANDO A TOXINA VAI PERDENDO O EFEITO NO MEU ORGANISMO”
É, esta sou eu… é assim que me sinto…diz ai, sou boa em disfarçar né!?
Beijos pessoas!
Este texto foi originalmente publicado no site Thought Catalog, por Kirsten Corley e por Revista Pazes em Fevereiro 23, 2018