ELETROMIOGRAFIA x ELETRONEUROMIOGRAFIA

22 de janeiro de 2024

Eletroneuromiografia (ENMG) é um procedimento que avalia a função do sistema nervoso periférico e muscular, através do registro das respostas elétricas geradas por estes sistemas, às quais são detectadas graficamente por um equipamento denominado eletroneuromiógrafo.

A lesão destes sistemas determinam doenças neuromusculares que representam um grupo extenso de afecções que comprometem a unidade motora. A unidade motora estende-se do corpo celular do neurônio motor inferior, raiz nervosa, nervo periférico, a junção neuromuscular até o tecido muscular esquelético. ENMG é de fundamental importância para auxílio diagnóstico, terapêutico e para fins de prognóstico em doenças neuromusculares e deve ser indicada após avaliação clínica de profissionais capacitados.

O exame é realizado em (2) duas fases:

  • Estudo dos nervos periféricos: aplica-se estímulo elétrico registrando a resposta do nervo estudado (potencial de ação) que é analisado pelo neurofisiologista clínico, comparando-se com o lado contralateral, bem como os valores padronizados de referência.
  • Estudo dos músculos: utilizando-se eletrodos de agulhas pequenas, os quais são inseridos nos músculos para registro de atividade elétrica muscular em repouso e durante a contração.

Objetivo

Seu objetivo principal é analisar a velocidade de condução elétrica e o estado das unidades motoras, ou seja, detectar lesões do sistema nervoso periférico e muscular, localizando a lesão dentro da unidade motora, assim como quantificar tal lesão, o que permite ao médico fazer o diagnóstico e prognóstico do paciente, ao elucidar o tipo de patologia (axonal, desmielinizante ou mista) e o tempo de evolução da mesma (aguda ou crônica).

 

Indicações clínicas

Mononeuropatias (traumáticas), neuropatias compressivas (síndrome túnel do carpo), polineuropatias axonais (por diabetes, alcoólicas, vasculites), polineuropatias desmielinizantes (síndrome Guillain-Barré), paralisias faciais; doenças do motoneurônio (poliomielite, atrofia muscular espinhal, esclerose lateral amiotrófica); lesões de gânglios das raízes dorsais (herpes zoster, ataxia de Friedreich, neuropatia sensitiva hereditária); lesões de raízes nervosas/hérnias discais/tumores; doenças de plexos nervosos (tumorais, traumas, plexopatia diabética); doença da junção neuromuscular (miastenia gravis); doenças musculares (distrofias, síndromes miotônicas, miopatias congênitas, metabólicas ou adquiridas).

 

Metodologia

O ENMG é realizado por médico com formação especializada em neurofisiologia clínica. É um procedimento laborioso, detalhista e necessita de um aparelho específico (eletroneuromiógrafo) para verificar a velocidade de condução elétrica e o estado das unidades motoras.

  • Durante a primeira etapa (estudo da neurocondução), breves choques elétricos são aplicados no local (exemplo:  braço,perna ) para determinar como seus nervos estão conduzindo a corrente elétrica e conseqüentemente em que condições eles se apresentam. Para fazer este, o eletromiografista, irá aplicar alguns choques elétricos (tolerável e seguro) e obter a resposta através de eletrodos colados na sua pele.
  • Durante a segunda etapa (eletromiografia), envolve uso de um eletrodo de agulha. Esta parte testa o músculo para considerar se houve algum dano a ele em conseqüência do problema do nervo ou se a doença envolve o próprio músculo. Geralmente 4 a 6 músculos são estudados por extremidade.

 

Dicas

Conforme mencionado acima, os testes de neurocondução são realizados com estímulos elétricos aplicados nos nervos periféricos, alguns pacientes acham o exame ligeiramente doloroso, mas, suportável, outros sentem a dor mais intensamente. Os estímulos elétricos não trazem nenhuma reação adversa.

  • Fique atento se ao solicitar o exame, seu medico informa a região a ser examinada (membro superior direito, membro superior esquerdo, membro superiores, membro inferior direito, e assim por diante) e traz a hipótese diagnóstica. A ausência dessa informação implicará na não realização do seu exame. Visando maior sensibilidade diagnóstica é sempre recomendável comparar lados direito e esquerdo, assim por exemplo, na investigação de uma síndrome dolorosa no membro superior direito, recomenda-se exame de ambos os membros superiores;
  • O exame eletromiográfico é realizado com eletrodo de agulha descartáveis e de uso único que são inseridos através da pele até o músculo; pode ocorrer sangramentos puntiformes e formação de diminutos hematomas. Essa ocorrência é inerente ao exame e não traz nenhum risco à saúde;
  • Não é realizado exame em crianças com idade inferior a 5 anos;
  • O exame não pode ser feito sob sedação, pois requer a colaboração consciente e voluntária do paciente;
  • O Exame não pode ser realizado em pacientes com marca passo e/ou com cateter intracardíaco (próteses valvares, stents, ou revascularização miocárdica, não trazem qualquer limitação para o realização do exame);
  • Também não pode ser realizado se o paciente estiver usando anticoagulante (AAS ou aspirina não trazem risco);
  • O exame também não pode ser realizado se a região a ser examinada, apresentar infecção da pele (erisipela ou abscesso), trombose ou flebite;
  • O exame de agulha também não pode ser realizado em pacientes que foram submetidas a mastectomia com esvaziamento axilar.
  • Minha dica: eu tenho/ fiz maquiagem definitiva ha alguns anos e quase tive uma síncope ao ir fazer meu exame, pois no dia da realização do mesmo fui informada que não era possível realiza-lo, pois eu tinha “tatuagem”.  Você pode sim, desde que a mesma tenha sido feita a mais de seis meses.

 

Posted in Blog by Administradora - Nilde Soares

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