Para alertar para a necessidade de um diagnóstico atempado e benefício da referenciação para profissionais de saúde com experiência no tratamento, a Sociedade Internacional da Doença de Parkinson e Outras Doenças do Movimento (MDS) assinala pela primeira vez o Dia Mundial das Doenças do Movimento, a 29 de novembro.
A sociedade determinou ainda que novembro será o Mês de Consciencialização para este tipo de patologia, lançando a campanha #MoveDisorder.
“Esta é uma iniciativa importante para as doenças do movimento em virtude de corresponderem a patologias que apresentam características que as tornam muitas vezes intrigantes e difíceis de serem diagnosticadas por parte dos médicos, mas também difíceis de serem lidadas por parte dos doentes, familiares e cuidadores. Nas doenças do movimento mais frequentes, como a Doença de Parkinson, o Tremor Essencial e a Síndroma das Pernas Inquietas o papel dos médicos de MGF é também extremamente importante para o reconhecimento, a referenciação, a abordagem terapêutica e o acompanhamento. Uma população informada pode também contribuir para a criação e disponibilização de cuidados de saúde de qualidade e adequados para estas patologias”, explica o Prof. Doutor Joaquim Ferreira, neurologista especialista na área de Doenças do Movimento e diretor clínico do Campus Neurológico Sénior (CNS).
As doenças do movimento são doenças neurológicas que se caraterizam, entre outros sintomas, por causarem uma alteração do movimento normal. Podem manifestar-se por movimentos mais lentos ou pelo aparecimento de movimentos anormais, como tiques, distonia, coreia, balismo, mioclonias, estereotipias.
As mais frequentes são a doença de Parkinson, o tremor essencial e a Síndroma das Pernas Inquietas. Outras doenças do movimento mais raras incluem a doença de Huntington, a atrofia multissistémica, a paralisia supranuclear progresssiva (PSP), o blefaroespasmo, a distonia cervical, a Síndroma de Gilles de La Tourette, a doença de Wilson, entre outras.
Apesar de muitas doenças do movimento não terem cura, todas são tratáveis. Os tratamentos vão desde o ensino, ao uso de medicamentos e às intervenções na área da reabilitação até tratamentos mais complexos e invasivos, como intervenções cirúrgicas cerebrais (ex. estimulação cerebral profunda para o tratamento da doença de Parkinson).
No caso da doença de Parkinson, que afeta, em Portugal, aproximadamente 18 mil pessoas, “deve ser antecipado que o número de doentes vai duplicar nos próximos 20 anos” alerta o diretor clínico do CNS. E acrescentou que “um melhor conhecimento sobre as doenças do movimento aumenta a probabilidade de uma pessoa ser referenciada e acompanhada por profissionais de saúde com experiência na avaliação e no tratamento de doentes com estas patologias.”